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sábado, 15 de junho de 2013

Vergonha Pernambuco, parte II

É uma rodovia federal. BR 101. BR de Brasil.

É uma rodovia federal como várias outras. Não sei - e a conexão de internet não me permite grandes devaneios googleísticos - se há uma BR 001, outra 002 ou 003.

Falemos da BR 101. Liga Recife a João Pessoa, segundo Praxedes, o taxista com quem eu e um colega passamos a tarde. Falemos da BR 101, que liga algum ponto de Recife ao CT do Sport, onde o Uruguai treinou pela primeira vez desde que chegou ao Brasil.

Recife tem muitos carros. Não sou engenheiro de tráfego, não sei quantos são, quantos por pessoa, quais são os modelos mais comuns. Mas sei, em duas tardes quase perdidas no trânsito da cidade, que o problema de Recife, ou pelo menos o maior problema, não está no número de carros.



Seleção uruguaia teve trabalho para conseguir chegar no CT do Sport
Uruguai teve trabalho para conseguir chegar ao CT do Sport
Está nos buracos.

Calma, respira, olha o calendário e leia de novo. Junho de 2013. Buracos.

Recife, uma das cidades mais importantes do Brasil, uma das cidades com o povo mais cativante deste país, a cidade de um estádio de R$ 600 milhões, é refém de buracos no asfalto.

A prefeitura tenta tapar às pressas, mas não consegue porque - há cerca de 400 anos, segundo relatos dos moradores mais antigos - chove em Recife no mês de junho.

E aí, acontece o que acontece. Os buracos emanam, em grupos, em bandos, aos montes, os carros param, a cidade estaciona. "Isso aqui é tudo feito de última hora, uma vergonha", disse um trabalhador da operação tapa-buracos a um colega de uma rede de TV. A declaração dele não irá ao ar.

No domingo, a BR 101 continuará esburacada enquanto os torcedores estiverem a caminho de Espanha x Uruguai. O caminho é outro, por outra BR, a 408, também mal cuidada. A previsão é de 2 horas para fazer um deslocamento de 25 km, entre o centro e o estádio.

As BRs são apenas um exemplo do descaso, mas nem de perto o único. Os hospitais de Recife não vão bem, a educação também tem seus problemas, a mobilidade urbana nas regiões centrais é complicada.

São buracos, buracos, buracos.

Para a capital pernambucana, a Copa das Confederações é um teste e tanto. Um teste para se reprovar e repetir de ano. (A que custo? Com quanto de dinheiro público?)

2014 é ano de Copa. É ano de eleição, e o governador quer ser presidente.

Aí, o buraco é mais embaixo.

Thiago Arantes, ESPN

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