Prefeito alagoano com a Seleção

Cartola, prefeito de cidade pobre vive luxo com seleção

A CBF escolheu o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Gustavo Feijó, para o simbólico cargo de chefe da delegação da seleção na Copa das Confederações.

Isso significa que ele vai ficar quase três semanas junto com o time, como a própria confederação diz em seu site. Feijó vai assim se ausentar de suas atividades diárias. E ele tem muito o que fazer.

Além do futebol, ele é o prefeito de Boca da Mata, município do interior de Alagoas onde há muito o que fazer.

Lá, o IDH, o índice criado pela ONU para medir o desenvolvimento humano, é de 0,626, equivalente ao de países africanos, como Botsuana.

Segundo o IBGE, em 2010, 44% da população de Boca da Mata estava abaixo da linha da pobreza. Sendo que 17% estão abaixo da linha da indigência, o que significa viver com menos de R$ 70 por mês.

No Ideb, a prova realizada pelo Ministério da Educação para avaliar a qualidade do ensino fundamento nos municípios, a cidade comandada por Feijó ficou na 5.225ª colocação entre as 5.565 cidades avaliadas do país com alunos da 8ª série em 2011.

A eleição de Feijó também foi confusa. Isso porque inicialmente a Justiça Eleitoral não permitia sua candidatura. O motivo foi a prisão do cartola em 2010 por desacato e desordem durante as eleições daquele ano. O dirigente se defendeu na época dizendo que houve abuso de autoridade por homens do Exército que o prenderam. Mas a Justiça deu razão às forças de segurança.

Para a CBF, o dirigente é perfeito para o cargo de chefe da delegação.

"O presidente da Federação de Alagoas preenche todos os requisitos para exercer essa importante tarefa, de ser o elemento de ligação entre a diretoria da CBF e a delegação. Quero dizer também que, com a escolha do Gustavo Feijó, eu homenageio todos os meus companheiros presidentes de federações", escreveu José Maria Marin, o presidente da CBF, no site da entidade.

Durante a Copa das Confederações, o Brasil vai ficar em alguns dos mais luxuosos hotéis das cidades que vão abrigar os jogos. Em Brasília, por exemplo, o time está em um hotel projetado por Oscar Niemeyer em que a diária de uma suíte custa R$ 1.000.