Brasil x Uruguai
As semifinais começam hoje com um jogão

O Brasil enfrentará nesta quarta-feira, em Belo Horizonte, aquele que deve ser o momento mais difícil das últimas movimentadas semanas. Em campo, a seleção de Felipão terá pela frente nas semifinais da Copa das Confederações, a partir das 16h de Brasília, o Uruguai, rival histórico e equipe de resultados recentes expressivos. Nas ruas, a população da capital mineira colocará a prova novamente seu direito de se manifestar depois dos duros embates do fim de semana passado.

No último sábado, 70 mil pessoas - 200 mil segundos os organizadores do ato - participaram em BH de mais um dos protestos que se espalharam pelo Brasil pedindo menos gastos com a Copa do Mundo e mais gastos com serviços públicos, menos corrupção etc.

O saldo final da mobilização foi triste: 37 pessoas ficaram feridas após conflitos entre manifestantes e policiais e 22 pessoas foram presas. Um rastro de depredações foi deixado pela cidade.

No dia seguinte, sabendo que um novo protesto estava marcado para a quarta-feira, o coronel Márcio Martins Sant'Ana, comandante geral da polícia militar de Minas Gerais, avisou: "Na quarta deve haver um debate mais acalorado, com ações mais contundentes por parte dos manifestantes."

Nessa terça, o coronel voltou a se manifestar para dizer que se a população decidir parar as ruas e ninguém puder chegar ao Estádio Mineirão, não haverá nada a fazer. "Seria uma mensagem clara de uma parcela significativa da população de Belo Horizonte dizendo que não quer o evento aqui", complementou.

"A previsão é de manifestação bem forte. Por um lado nos deixa um pouco preocupado. Mas estamos representando a seleção, a gente pede que o torcedor que vai ao estádio faça um canto para a gente dar alegria por pelo menos 90 minutos", comentou o atacante Fred.

"Que cada um busque uma alternativa melhor trabalhando junto para daqui a uns anos termos um país melhor em todas as áreas", limitou-se a dizer o técnico Luiz Felipe Scolari.

Rival ‘encardido'

"Confiamos muito na atitude que podemos levar para o jogo e em tratar de limitar a equipe rival em suas virtudes. E o Brasil ainda não enfrentou uma equipe com um ataque como tem o Uruguai."

Palavras de Oscar Tabárez, técnico do adversário da seleção nas semifinais da Copa das Confederações.

Além de impor respeito por ter sido semifinalista da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, por ser o atual campeão sul-americano e pelo eterno fantasma da vitória na final do Mundial de 1950, no Maracanã, o Uruguai impressiona pelo seu ataque de peso, como bem lembra Tabárez.

O próprio Felipão já frisou: é preciso ter cuidado com Diego Forlán, eleito o melhor jogador da Copa de 2010 e hoje atleta do Internacional, com Cavani, artilheiro do Campeonato Italiano passado com o Napoli e com Suárez, destaque do último Campeonato Inglês com o Liverpool.

Mas os uruguaios sabem que também é preciso respeitar os donos da casa. A seleção brasileira não perde há dez anos em seu território e há 30 anos se for levado em conta apenas jogos por competições oficiais. 

Contra os uruguaios o tabu também é longo. A última derrota aconteceu em 2001, e dali diante foram seis partidas com quatro empates e duas vitórias brasileiras.

Nenhuma das equipes terá desfalques na formação titular para a partida desta quarta. Fora do jogo do último sábado, contra a Itália, por uma entorse no tornozelo esquerdo, Paulinho está recuperado e deve voltar aos 11 iniciais do Brasil.

Quem passar no duelo do Mineirão pega o vencedor de Espanha e Itália, que se enfrentam quinta-feira, às 16h de Brasília, em Fortaleza. A final da Copa das Confederações acontece no domingo que vem, no Maracanã.

FICHA TÉCNICA

BRASIL X URUGUAI

Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 26 de junho de 2013, quarta-feira
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Carlos Atroza e Sergio Román (ambos do Chile)

BRASIL: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Fred e Neymar
Técnico: Luiz Felipe Scolari

URUGUAI: Fernando Muslera; Maximiliano Pereira, Diego Lugano, Diego Godín e Martín Cáceres; Diego Pérez, Arévalo Ríos e González; Diego Forlán, Luis Suárez e Cavani
Técnico: Óscar Tabárez